quarta-feira, 27 de junho de 2012

Votorantim. Muitas informações, mas com pouco conteúdo.


Olá Amigos,

Esta semana resolvemos testar os limites de uma grande empresa familiar. O grupo Votorantim.

Empresa ainda de capital fechado, este grupo tradicional brasileiro resolveu de aventurar nos mares da sustentabilidade.

Ao ler o material vemos a primeira vista um relatório completo e bem estruturado. APARENTEMENTE..... mas quando lemos, vemos problemas claros tanto na gestão social como ambiental.

Todo o relatório é recheado de frases e boas intenções, no entanto, os dados apresentados não revelam tal realidade.

A partir da posição do presidente, notamos uma visão economicista, onde as questões sociais e ambientais são perfumarias dentro do contexto.

Assim, este relatório apresentou nosso recorde de questionamentos com mais de 43 perguntas. Por isto somos breves na nossa abertura para que você possa ter saco e tempo de ler tudo que a gente questionou.

Testamos os limites..... vamos ver se a resposta vem.

Boa leitura.



Prezados profissionais da Votorantim,

Sou Roberto Leite, editor do blog "testando os limites da sustentabilidade", canal que busca discutir as questões de sustentabilidade das empresas.

Nesta semana lemos o relatório do grupo a apesar de apresentar vários dados, ficamos com muitas dúvidas.

Assim, encaminhamos alguns questionamentos e gostaríamos e muito que fossem respondidas para que possamos posteriormente publicar em nosso blog.

Caso não seja possível, gostaríamos de receber oficialmente uma negativa.

Segue abaixo os nossos questionamentos:

1- O presidente da empresa em sua carta não apresenta em nenhum momento, de maneira clara e direta os resultados significativos no
campo social e ambiental. Podemos concluir que estes aspectos são realmente pouco ou nada relevantes para a administração de um dos
maiores grupos empresariais do Brasil?

2- Realmente é curioso notar que os Srs Roberto Ermirio de Moraes e Raul Calfat não tem nada a declarar sobre a criação de valores
ambientais e sociais (exceto colaboradores) ao longo de 2011 (veja VISÃO da empresa). O grupo Votorantim conseguirá crescer com
desenvolvimento sustentável (veja ASPIRAÇÃO da empresa) com foco apenas econômico?

3- Os colaboradores das empresas do grupo estão recebendo um recado claro para se dedicar a eficiência e crescimento econômico, pois a
própria administração não foca os outros 2 pilares da sustentabilidade ?

4- Vocês afirmam que são uma empresa ética e transparente. Devido esta afirmação, vocês poderiam apresentar a defesa de vocês sobre a
acusação que a empresa faz parte de um cartel no ramo dos cimentos ?

5- O Relatório da Votorantim conta que o grupo tem 283 unidades industriais/minas/centros de distribuição, excluindo as usinas
consorciadas.
Deste total apenas 8% detém certificação ambiental e menos de 3% tem certificação em saúde e segurança do trabalho. Como um grupo que prega o
desenvolvimento sustentável apresenta desempenho tão irrisório no campo da gestão ambiental e social?

6- Vocês irão se declarar seguidores da norma ISO 26000 ?

7- Dentro dos princípios da Materialidade e inclusão de Stakeholders a Votorantim declara abertamente que não atende a estes princípios ao
explicar a metodologia utilizada para chegar aos temas materiais. Não há qualquer processo consistente de definição de Públicos de Interesse
com os quais a empresa tenha se engajado para buscar os temas materiais externos preconizados pela GRI. O Princípio de Inclusão de
Stakeholders não é atendido, o que fica evidente ao se analisar a diretriz principal da GRI:

“A organização relatora deve identificar seus stakeholders e explicar no relatório que medidas foram tomadas em resposta a seus interesses e
expectativas procedentes”

Como é que uma empresa que se diz ética publica um Relatório GRI nível B,onde estes princípios formam a base para a elaboração do Relatório?

8- Como é que as empresas de auditoria simplesmente não apontam para esta falha grave de construção do relatório?

9- Qual foi o critério da empresa para selecionar os stakeholders para a consulta externa ? Por que as comunidades não foram contempladas
nesta primeira consulta nem grupos ambientais ? Este primeiro mapeamento não está nada diverso.

10- Vocês apresentam como desafio para 2020 manter ou reduzir as emissões de carbono produzidas até 2020 tendo como base 2010, mas os
dados só estão aumentando. O que efetivamente vocês irão fazer para solucionar este problema ?

11- Vocês afirmam que vão criar somente uma política para compra de fornecedores locais, mas não apresentam data. quando vai ser ?

12- Vocês apresentaram um resultado de 66% no clima organizacional. Qual a meta ideal para a empresa ?

13- O que aconteceu com o projeto com o BNDES para o desenvolvimento de cadeias produtivas nas comunidades ? Qual a razão do insucesso
deste projeto ?

14- Quais são as metas que vocês citam do Planejamento estratégico de sustentabilidade ?

15- Quanto que o instituto Votorantim investiu nos últimos  3 anos na sociedade ?

16- Vocês só avaliam socialmente dos seus fornecedores a questão do trabalho infantil e escravo ? O que mais vocês fazem para garantir
condições dignas aos trabalhadores dos seus fornecedores ?

17- Quantos % dos empregados recebem uma avalição de desempenho ?

18- Uma rotatividade de 16% não é um índice muito alto para uma empresa que busca com tamanha obseção reter talentos ?

19- No programa de previdência privada, a empresa colabora com o empregado ou não ?

20- Por que nos índices de acidente vocês não consideram os acidentes de trajeto ? Qual o TFCA e TFSA da empresa considerando esses
acidentes ? Reforçamos que sem este tipo de acidente o mesmo já estão muito altos

21- Qual a liberdade do emprega em exprimir sua opinião no evento de encontro virtual com o presidente da empresa ?

22- Quantos % das compras realizadas pela empresa são feitas com fornecedores locais ?

23- Por que o investimento social da empresa é somente 0,22% da receita empresa ? Há previsão de aumento ?

24- Pelo que foi citado no projeto "Primavera Sustentável" a ser realizado na cidade de Primavera - PA que contemplam saneamento
básico, educação, segurança pública Etc. A empresa afirma que investirá 8 milhões em cinco anos. Este valor não é pouco para o porte
do projeto ?

25- Vocês afirmam que estão em 239 municípios e muito deles de pequeno porte com alto nível de impacto. Vocês poderiam deixar mais claro
quais são esses impactos ?

26- Qual o critério para a seleção das pessoas que participam dos conselhos comunitários ? Qual o critério para que este conselho não
vire um palco político, principalmente em época de eleição ?

27- Vocês realizaram duas feiras de oportunidades. Dessas feiras, quantos fornecedores foram efetivamente contratados pela Votorantim

28- Vocês afirmam que doam dinheiro para campanhas políticas de todos os partidos e candidatos. Isto para ficar bem na fita com todo mundo ?
Não existe um posicionamento claro por parte da empresa ? O que vier está bom ? Isto é ser cidadão para a Votorantim ?

29- Por que os investimentos de prevenção ambiental cairam tanto de 10 para 11. De 31 milhões para 1 milhão. Qual a razão disto ?

30- Por que na matriz energética o uso de outros insumos não renováveis subiu de 5.346.000 para 12.677.856 de um ano para o outro.
Qual a razão disto e que tipo de insumo não renovável vocês usam ?

31- Por que o descarte de água quase que dobrou de 2008 para 2011. Onde está a gestão ambiental da empresa nesta questão ?

32- Vocês citam na página 135 que possuem o compromisso de manter ou reduzir suas emissões, mas na página seguinte o gráfico revela um
aumento constante desde 2009. O discurso não se revela na prática ? O que acontece ?

33- Por que há um aumento significativo na geração de resíduos por parte da empresa ? O aumento de unidades não deve justificar este
aumento. O que aconteceu ?

34- Por que as espécies de animais criticamente ameaçadas de extinção ou somente ameaçadas subiu tanto de um ano para o outro ? O que a
empresa está fazendo para reverter esta questão em suas terras ?

35- A verificação externa contratada pela Votorantim não traz conteúdo. Os auditores parecem ter medo de qualquer afirmação. Gostaríamos de saber
da Votorantim como é que se convence o leitor a achar que este relatório foi verificado em sua totalidade, considerando a aspiração de ser um relatório único?
Ora, isto implicaria em verificação contábil de todas as informações sociais e ambientais, o que de forma alguma foi apresentado pela empresa de auditoria. Esta percepção está correta ?


36- A partir da apresentação das principais realizações de cada negócio em 2011, o leitor passa a ter certeza de que se trata de uma empresa focada em desenvolvimento econômico, deixando em segundo plano as questões ambientais e sociais. Vejamos uma estatística simples.

Foram apresentadas 18 realizações, sendo:
13 econômicas;
3 ambientais;
2 relacionadas aos colaboradores;
Zero a respeito de inclusão social.

Se compararmos este resultado com a propaganda da empresa que é signatária do Pacto Global da ONU e que diz atender a Princípios de inclusão social e
desenvolvimento de comunidades, fica uma grande interrogação no ar... As unidades de negócio não fizeram nada a este respeito em 2011? Ou
será uma falha na divulgação de resultados (esperamos que seja isto).


37- A respeito do Pacto Global, gostaríamos de saber qual o posicionamento da Votorantim sobre o seu atendimento específico aos Princípios do Pacto? Existe um relatório emitido sobre isto que é solicitado pela organização do Pacto Global. A sociedade pode ter acesso a este relatório?


38- Temos acompanhado os fatos relevantes nacionais, como ocupações de terras por movimentos organizados, ações organizadas pelo Movimento dos Atingidos por Barragens. Em Vazante, o Ministério Público de Minas Gerais suspendeu em 2011 um projeto de lavra de minério da Votorantim. Isto não deveria ser considerado um risco sócio ambiental relevante? Aliás, por que a empresa não apresenta dados sobre este processo, divulgado na mídia e que, aos olhos da sociedade, é um tema bastante material? O link abaixo traz informações bastante preocupantes sobre o projeto da Votorantim Metais Zinco chamado “Projeto extremo norte”:


Qual a posição da empresa sobre esta questão ?

39- A respeito dos investimentos sociais da empresa, demonstrados na página 111 do Relatório, em se tratando de um relatório único, devemos entender que o valor investido foi auditado pela empresa de auditoria?  Caso negativo, por favor expliquem melhor o que querem dizer com este relatório único, pois nós realmente não conseguimos entender o que há de novo, comparado com o do ano passado e de outras empresas. Será mesmo correto utilizar este nome para uma peça que não demonstra o uso de ferramentas contábeis nas informações sociais e ambientais da empresa?

40- Por que uma empresa que se diz transparente publica que houveram 3 óbitos em pequenas letras, sem explicar porque estes óbitos ocorreram, que tipo de assistência é dada aos familiares dos falecidos e o que foi feito para que tais situações não se repitam?

41- Por que a Votorantim não publica integralmente o indicador LA7 (taxas de lesões, acidentes, óbitos etc), sendo que é uma informação da mais alta importância e extremamente material, já que no ano anterior houveram 6 mortes ?

42- Por que a Votorantim não publica qualquer indicador setorial para mineração e metais, já que atua fortemente nestes segmentos, e os indicadores são próprios para isto?

43- Por que a Votorantim adotou um downgrade na verificação do relatório, do modelo razoável para o modelo de verificação limitada, onde se apresenta um relatório sem qualquer informação de conteúdo e análise dos níveis de gestão dos negócios? 

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Odebrecht. Boa diplomacia, mas sem consistência.




Olá amigos,

Depois de muito, mas muito insistir, nossa equipe recebeu um e-mail oficial da Odebrecht sobre os nossos questionamentos.

Para nossa supresa o resultado foi um tanto quanto decepcionante.

Depois de receber respostas prévias tanto do diretor de comunicação da empresa Marcio Polidoro, como do diretor de sustentabilidade Sérgio Leão que afirmaram que receberíamos as respostas frente aos nossos questionamentos.

No entanto, para nossa surpresa, o que recebemos da empresa foi o tratado diplomatico abaixo: 

Roberto, agradeço o envio do questionário e o espaço que você abriu no blog para nossas respostas. Mas declinamos de fazê-lo. A Odebrecht é pioneira no Brasil na publicação de Balanços Sociais. Foi a primeira organização a publicá-lo, em 1993. De lá para cá, aperfeiçoamos nosso modelo de aplicação de recursos e de acompanhamento dos impactos sociais gerados. Formulamos uma nova política, recentemente, e demos a ela ampla divulgação. Somos periodicamente auditados por organismos internacionais de financiamento, que têm nas práticas de sustentabilidade referências fundamentais para a concessão de créditos. Abrimos todas as nossas informações sobre o tema em nosso portal, no Relatório Anual e na revista bimestral Odebrecht Informa. Várias de nossas empresas seguem as orientações do GRI e na Rio + 20, estamos entre as organizações empresariais brasileiras com maior visibilidade, não porque estamos patrocinando eventos, mas porque fomos convocados a contribuir em diversos debates e a apresentar nossas experiências e aprendizados em múltiplos fóruns. Temos plena consciência do muito ainda a aprender e há um compromisso de todos os Integrantes da Odebrecht nesse sentido.

Finalmente, é importante ressaltar que nossa política não é da Odebrecht, é das mais de 200 mil pessoas que trabalham nas empresas que a compõem. Portanto, não é apenas um discurso institucional. É um pacto coletivo, firmado por indivíduos que vivem, com suas famílias, nas comunidades onde as empresas operam e cuja ação de cidadania na própria comunidade, jamais está desvinculada da condição de Integrante da Odebrecht, alinhado com seus princípios, conceitos, valores e crenças. Louvo sua iniciativa e reconheço nela a maior importância - mas prefiro convidar seus leitores a que nos visitem, virtual e pessoalmente, de modo que possam fazer os próprios juízos, criticar nossos erros, reconhecer nossos méritos, se assim entenderem, e contribuir para que nos tornemos uma Organização empresarial cada vez mais comprometida com a sustentabilidade, porque compreendemos, concordamos e praticamos o que este compromisso pressupõe.

Márcio

Apesar do belo texto, a empresa não disse absolutamente nada e muito do que foi afirmado contradiz com o posicionamento da empresa frente aos nossos questionamentos.

O que notamos é que possivelmente a área de comunicação e sustentabilidade até que queriam responder, mas devem ter recebido alguma chave de galão de algumas diretorias da empresa ainda focadas nos modos de relacionamento da sociedade típicos do século XX onde palavras bonitas sem dados concretos eram suficientes.

O que queremos são dados sobre a gestão da empresa. Como a qualidades dos projetos sociais, índices de acidentes de trabalho e gestão ambiental bem como são realizados os apoios políticos. Isto é o básico para uma empresa que possui grande parte dos seus negócios com órgãos públicos.

Uma bela filosofia de trabalho...... mas na prática isto deve ser bem, mas bem diferente mesmo.

Assim, fica aqui nosso registro. 

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Repsol: Testamos os limites da empresa amiga do rei.





Olá amigos,



Esta semana, em homenagem ao Rei Juan Carlos da Espanha que nos visitou recentemente, lemos o relatório da empresa de petróleo espanhola Repsol.



Obviamente não foi só pelo fato desta empresa ser literalmente amiga do rei que a credenciou a ter seu limite testado, mas o fato da mesma recentemente ter sido eleita a empresa de petróleo mais transparente do mundo.



Sem mais delongas, notamos que o relatório desta empresa, que possui atividades em várias partes do mundo, principalmente na África e América Latina além da sede na Espanha apresenta um relatório até que bem completo.



Os dados apresentados são bem estruturados e justificados, no entanto, as informações nas entrelinhas não ficaram claras. Nota-se que os projetos sociais desenvolvidos pela empresa não apresentam resultados claros de efetividade, apenas encontramos as citações das ações. mas sem nenhum relato prático de mudanças significativas nas comunidades.



Com relação a certificações, a atividade da empresa não é integrada, sendo que algumas áreas estão bem mais adiantadas que outras. Já na questão ambiental alguns indicadores apresentam bons resultados mas pode não ser algo sustentável no longo prazo, pois os investimentos em meio ambiente caem ano após ano, sendo que na Argentina isto acarretou um volume significativo de vazamentos na YPF, empresa hoje empossada pelo governo argentino.



No âmbito interno, a empresa não apresenta resultados de pesquisas de clima organizacional e em paises como o Peru o salário e tão baixo que o turn over é altissimo, sendo este comportamento justifcado pela empresa como um processo de "internacionalização".



Pois bem, estas foram as nossas observações e agora aguardamos o posicionamento da empresa mais transparente do seu segmento.



Segue abaixo nossos questionamentos.



Bos leitura e hasta luego.



Prezada Sra Begoña Elices García 

Sou Roberto Leite, editor do blog "testando os limites da sustentabilidade". Canal brasileiro que busca discutir as questões de sustentabilidade das empresas.
Esta semana lemos o relatório de sua empresa e achamos muito interessante, no entanto, o mesmo material apresentou uma série de dúvidas.
Como a empresa foi eleita a empresa de petróleo mais transparente do mundo, encaminhamos alguns questionamentos que gostaríamos que fossem respondidas para publicação no blog.
Caso não seja possível, que a empresa nos envie oficialmente uma negativa.
Atenciosamente,
Roberto Leite.
1- Porque na gestão de riscos da empresa não está apresentada de maneira mais clara e evidente a responsabilidade social ?
2- A sociedade civil organizada participa de alguma maneira direta dentro do comitê  de responsabilidade corporativa da empresa nos países onde vocês possuem negócios?
3- O presidente da Repsol em sua carta disse que a empresa teve o ano de 2010 livre de acidentes fatais, no entanto, vocês apresentam um dado diverso com 5 fatalidades. O que levou o presidente fazer esta afirmação ?
4- Por que somente 22% das áreas de exploração e produção da Repsol são certificadas na norma OHSAS 18001 ?
5- Vocês poderiam detalhar qual foi o tipo de punição que vocês aplicaram as empresas contratadas que feriram algum princípio de segurança defendido pela Repsol  ?
6- Porque em uma empresa tão perigosa em sua atividade como a de vocês o índice medio de formação em segurança e saúde no trabalho é de apenas 35% entre seus empregados.?
7- As pessoas que fizeram o curso de segurança no trabalho nas comunidades da Venezuela, após o curso, foram empregados pela Repsol ?


8- Parabéns pelo trabalho de redução de carbono no processo industrial da Repsol, no entanto, visto que o produto que vocês vendem é basicamente carbono, gostaríamos de saber se a Repsol possui algum estudo que mede a quantidade de emissões de carbono presentes nos produtos que vocês comercializam.
9- Quantos % do faturamento a Repsol investe em biocombustiveis ?


10- Por que somente 63% das plantas de GLP são certificadas na ISO 14001 e não 100% como na área de refino ?
11- Por que os programas de capacitação ambiental atingem somente 3% dos empregados em todo o mundo ?
12- Por que de todas as emissões relatadas pela Repsol, a de óxido de nitrogênio (NOx) não reduz com o passar dos anos.
13- Por que houve uma evolução no voluem de residuos perigosos do ano de 09 para 10 ?
14- O aumento dos vazamentos relatados na Argentina não foram em virtude da queda nos investimentos ambientais no país ?
15- Dos 138 milhões de euros investidos no meio ambiente, quanto é voluntário por parte da empresa e quanto é obrigação legal ?
16- Quanto a Repsol investe efetivamente em populações indigenas na america latina ?


17- Quantos % dos empregados da Repsol são treinados em direitos humanos ?
18- Quantos abusos foram registrados no canal de comunicação ética pelas comunidades do entorno das plantas da Repsol ?
19- Vocês, em muitos países, investem em segurança pública e não privada para proteção das unidades industriais. No caso da Líbia, no ano de 2010, vocês investiram em seguranca privada ou pública para proteção da empresa ?
20- Vocês poderiam apresentar dados de pesquisa de clima organizacional das  últimas 3 edições para efeito de comparação ?


21- Vocês citam que o salario no Peru é baixo devido a uma "internacionalização", mas este mesmo país é o que apresenta maior rotatividade de empregados. Será que a empresa não esta pagando pouco para essas pessoas ?

22- Por que as pessoas do setor administrativo treinam menos na Repsol que as outras atividades ?

23- Por que o número de mulheres empregadas cai quanto maior é a faixa etaria dentro da Repsol ?

24- Por que o relacionamento comunitário não é sistematizado e cada local faz de uma forma? Vocês possuem pesquisas de satisfação da comunidade ? Se sim, qual o resultado?

25- Como é sistematizado o investimento em projeto social por parte da Repsol ? Como é medido o resultado ?

26- Como são tratadas as reclamações da comunidade? Como se mede a qualidade no atendimento ?

27- Os 35 milhoes de euros investidos na comunidade advém de recurso próprio ou dedução fiscal ?

28- Vocês apresentam um plano de ação para relacionamento com indigenas mas não apresentam como o resultado vai ser medido e avaliado. Como sera feito ?

29- Como se mede se os projetos sociais apoiados pela Repsol atingem ou não os objetivos do milênio?


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Estimada Sra. García Elices Begoña


Yo soy Roberto Leite, editor del blog "a prueba de los límites de la sostenibilidad". Canal brasileño que tiene como objetivo discutir temas de sostenibilidad de las empresas.


Esta semana hemos leído el informe de sostenibilidad de su empresa y lo encuentre muy interesante, sin embargo, el mismo material presento una serie de dudas.


Desde que la compañía fue elegida como la petrolera más transparente del mundo, enviamos algunas preguntas que gustaríamos y mucho tener las respuestas para publicar en el blog.


Si no fue posible una respuesta oficial, deseo recibir el negativo.


Atentamente,


Roberto Leite.




1 - Por qué la gestión de los riesgos de la empresa no se presenta el concepto de responsabilidad social en una forma más clara y evidente?

2 - Las organizaciones de la sociedad civil participam de manera directa en el Comité de Responsabilidad Corporativa de la empresa en los países donde hace negocios?

3 - El presidente de Repsol en su carta dijo que la compañía tenía en el año 2010 libre de accidentes mortales, pero en nel informe es una afirmación de cinco víctimas mortales. ¿Qué lo llevó al presidente a hacer esta declaración diferente?

4 - ¿Por qué sólo 22% de las áreas de exploración y producción de Repsol están certificados en estandar OHSAS 18001?

5 - ¿Podría detallar lo que era el tipo de castigo que se aplico a los contratistas que hirieron alguno principio de seguridad defendido por Repsol?


6 - ¿Por qué en una empresa tan peligrosa en su actividad el índice promedio de formación en seguridad y salud en el trabajo es sólo 35% de sus empleados.?

7 - Las personas que tomaron el curso de seguridad en el trabajo en las comunidades de Venezuela, después del curso, se emplearom en Repsol?


8 - Felicidades por el trabajo de reducción de carbono en el proceso de fabricación de Repsol, sin embargo, el producto base de Repsol es la produción de carbono, así nos preguntamos si Repsol cuenta con un estudio para medir la cantidad de carbono presente en los productos que usted vende.


9 - ¿Cuántas % de las ventas de Repsol está invirtiendo en los biocombustibles?


10 - ¿Por qué sólo el 63% de las plantas de GLP están certificados ISO 14001 y no el 100% como en el área de refinación?


11 - ¿Por qué los programas de formación ambiental llegam solamente en 3% de los empleados en todo el mundo?


12 - ¿Por qué todas las emisiones notificadas por parte de Repsol, los óxidos de nitrógeno (NOx) no reduce el paso de los años.


13 - ¿Por qué hubo una evolución en voluem de residuos peligrosos en el año 09 al 10?


14 - El incremento de las fugas no se informaron en la Argentina debido a la disminución de las inversiones ambientales en el país?


15 - De los 138 millones de euros invertidos en el medio ambiente, cuánto es de carácter voluntario por parte de la empresa y cuánto es una obligación legal?


16 - Cuánto Repsol invierte efectivamente en las poblaciones indígenas en América Latina?


17 - ¿Cuántos % de los empleados de Repsol están capacitados en derechos humanos?


18 - ¿Cuántos abusos se registraron en el canal de comunicación por la ética que rodean las comunidades de plantas de Repsol?


19 - Repsol, en muchos países, invierte en seguridad pública y privada, para la protección de las unidades industriales. En el caso de Libia, en 2010,  Repsol invirtió en seguridad privada o pública para proteger a la empresa ?


20 - Ustedes podríam presentar los datos de la encuesta de clima organizacional de las tres últimas ediciones para comparación?


21 - Usted menciona que el salario en el Perú es baja debido a una "internacionalización", pero este es el mismo país Repsol tiene el más alto volumen de negocio de los empleados. ¿La empresa no está pagando demasiado poco para esta gente?


22 - ¿Por qué la gente en el sector administrativo de Repsol capacitam menos que otras actividades?


23 - ¿Por qué el número de mujeres empleadas se cae a mayor rango de edad dentro de la Repsol?


24 - ¿Por qué las relaciones de la comunidad no es sistematizada y cada lugar de una manera? Ustedes tienem las encuestas de satisfacción de la comunidad? En caso afirmativo, ¿qué resultado?


25 - ¿Cómo es la inversión sistemática en proyectos sociales por parte de Repsol? ¿Cómo se mide el resultado?


26 - ¿Cómo se manejan las quejas de la comunidad? ¿Cómo se mide la calidad de la atención?


27 - 35 millones de euros invertidos en la comunidad proviene de recursos propios o deducción de impuestos?


28 - Ustedes tienem un plan de acción para las relaciones con los indígenas, pero no se presentan como el resultado va a ser medido y evaluado. Como se hace?


29 - ¿Cómo se mide si los proyectos sociales con el apoyo de Repsol o no alcanzar los objetivos del milenio?



quarta-feira, 6 de junho de 2012

Samba da Ernst (&Young)



Olá Amigos, 

Como o post anterior sobre a Ernst começou com uma paródia, resolvemos terminar esta história com outra... Esta bem brasileira.

Ernst resorveu pubricá, um relatório de sustentabilidade

Nóiz loco fumos correndo prá lê

Mas os dados não tinha nem pé e nem cabeça

Da outra vez, nóiz num lê mais
Nóiz não semos tatu!



No outro dia escrevo pra Ernst

Que mandou uma resposta que nóiz não aceitemo

Isso não se faz, Ernst,  nóiz não se importa
Mas você devia ter ponhado um recado na capa



Um recado assim ói: "Ói, turma, isso que tenhu pra falá

Aduvido que isso, num vo responde mais ninhuma pregunta.







A paródia acima da música de Adoniran Barbosa revela bem a qualidade da resposta que recebemos desta empresa de consultoria.

Depois de muito correr atrás e de chegar ao presidente e a responsável da empresa pela área de sustentabilidade, recebemos como resposta o seguinte posicionamento:



Caro Roberto, 


Segue a resposta da sócia da Ernst&Young Terco responsável pelo relatório de sustentabilidade da companhia. Vale destacar quea empresa atingiu o nível A – patamar máximo - de transparência em relação à sua governança e ao seu desempenho ambiental, social e econômico de acordo com os critérios estipulados pelo GRI. 



Atenciosamente, 

Milena Dib | Senior Associate | Marketing - Communication 
-------------------------------------------------------------------------------------- 

Prezado Sr. Roberto Leite, 

Agradecemos o interesse em nossa publicação e esclarecemos que a Ernst&Young Terco elaborou o seu primeiro relatório de sustentabilidade, tendo como base as diretrizes e indicadores do GRI (Global Reporting Initiative), organização responsável por disseminar orientações para a elaboração de relatórios de sustentabilidade em todo mundo. A publicação reflete nosso compromisso com uma visão de negócios de longo prazo, a partir do desenvolvimento da sociedade e das pessoas que dela fazem parte. 

Cordialmente, 
Zunara Carvalho, sócia de consultoria da Ernst&Young Terco

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Ao ler a resposta vemos o quanto a empresa ignora a forma de reportar suas informações.

Todo mundo que trabalha com o GRI sabe que o nível de aplicabilidade A, B, ou C não é em nenhum momento um prêmio ou certificação, apenas o nível que a instituição está disposta a responder aos questionamentos.

Brinco que escolher um nível de aplicabilidade para ações de sua empresa é igual escolher uma roupa. Por mais bonita que seja, se a mesma for 2 ou 3 números menor ela vai ficar ridícula em você.

Isto também se aplica para o nível de aplicabilidade... De nada adianta você escolher um nível maior do que você pode reportar se a qualidade dos argumentos não se sustenta. E foi isto que aconteceu com a Ernst & Young.

A empresa definitivamente não está preparada para enfrentar o escrutínio. É até irônico ver que uma empresa acostumada a auditar grandes organizações, quando questionada apresenta um discurso tão vazio.

Assim, deixamos registrado para a empresa o posicionamento abaixo:

Ok Milena...



Tirando o "gestãones" que fala sobre compromisso, melhorias contínuas, lições aprendidas e etc... eu gostaria de saber se a empresa irá responder ou não nossos questionamentos.


Já sobre o nível A do GRI, acredito que houve um equívoco, pois você não atinge nível algum de GRI e muito menos se certifica, você se declara seguir o modelo. Apenas isto.

Assim, já que a empresa se orgulha de possuir o patamar máximo de transparência, por que não encaminhar as respostas solicitadas frente aos questionamentos ?

Este posicionamento não condiz em nada com o discurso da empresa.

Esta é mesmo a posição final da empresa ? É somente isto que a Ernst & Young tem de resposta a oferecer à sociedade ?

Aguardamos uma posição digna ao porte desta empresa.

Atenciosamente.

Roberto Leite.


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Hello friends,


As the last post about Ernst began with a parody we decided to finish 
this history with another.  





A really Brazilian one this time.

Ernst resorveu pubricá, um relatório de sustentabilidade
Nóiz loco fumos correndo prá lê
Mas os dados não tinha nem pé e nem cabeça
Da outra vez, nóiz num lê mais
Nóiz não semos tatu!

No outro dia escrevo pra Ernst
Que mandou uma resposta que nóiz não aceitemo
Isso não se faz, Ernst,  nóiz não se importa
Mas você devia ter ponhado um recado na capa

Um recado assim ói: "Ói, turma, isso que tenhu pra falá
Aduvido que isso, num vo responde mais ninhuma pregunta.



The Adoniran Barbosa song´s parody above shows really well the quality 
of the answer we got from the Consulting Company.




After doing a lot of running after and finally getting to the 
Company’s president and the Company’s responsible for the area of 
sustainability, we got as an answer the following position:

Dear Roberto,

Here follows the answer  from the Ernst&Yung Terco partner responsible 
for the Company’s sustainability report. It is noteworthy that the 
company reached level A – maximum level – of transparency regarding i
ts governance and its environmental, social and economic performance 
according to the rules set from GRI.

Regards,
Milena Dib – Senior Associate – Marketing – Communication

Dear Mr. Roberto Leite,
We thank you for your interest in our publication and clarify that the 
Ernst&Young Terco has developed its first sustainability report based 
on the indicators and guidelines of the GRI (Global Reporting 
Initiative), organization responsible for disseminating guidelines for

developing sustainability reports all over the world. The publication 
reflects our commitment to the to the vision of long-term business, 
from the development of society and the people who are part of it.


Cordially
Zunara Carvalho

Reading this answer we see how much the company ignores the way of 
reporting its information.



Everybody who works with GRI knows that the level of applicability A, 
B or C isn’t, not for a instant, a award or certification, just the 
level that the institution is willing to answer to the inquiries.



I usually joke that choosing a level of applicability to the company’s 
shares is the same as choosing an outfit. Doesn’t matter how beautiful 
it is, if it is 2 or 3 smaller numbers its going to be ridiculous on 
you.



This also applies to the level of applicability. It is useless to 
choose a higher level than you can report if the quality of the 
arguments doesn’t hold up. And this is what happened with Ernst & 
Young.



The company is definitely not prepared to face the scrutiny. It is 
even ironic seeing that a company used to audit major organizations, 
when questioned, presents an empty speech.



That said, we register to the company the statement below:

Ok Milena,
Taking out the “big management statements” that speaks about 
commitment, continuous improvement, learned lessons, etc I would like 
to ask if the company will answer or not our questions. 
Now about the GRI level A, I believe there was a mistake, because you

don’t reach any GRI level, much less is certified. You declare 
following the pattern, but only this.


So, since the company prides itself to have the maximum level of 
transparence, why doesn’t  you send the answer to the questions 
requested before?

This position you made doesn’t match the Company’s speech at all. 
Is this really the final position from the Company? Is only this that


Ernst & Young has as an answer to offer to society?

We keep waiting for a position worthy of the size of the company.

Kind Regards,
Roberto Leite